Mais de 20 brasileiros estão desaparecidos após participarem de combates na guerra da Ucrânia, de acordo com informações de fontes diplomáticas ucranianas obtidas pelo portal Metrópoles. Desde o início do conflito, em 2022, o governo brasileiro confirmou a morte de nove cidadãos em meio aos confrontos com as forças russas. Outros 14 seguem oficialmente como desaparecidos, um status que, no contexto diplomático, pode ser interpretado como óbito, mesmo sem a localização dos corpos.

O conflito, que já ultrapassa três anos, soma mais de 13,3 mil civis mortos, segundo dados do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR). As tentativas de cessar-fogo têm avançado com dificuldade. Em 2025, sob a presidência de Donald Trump, os Estados Unidos assumiram a mediação entre Kiev e Moscou. Em maio, Trump propôs uma trégua de 30 dias, aceita pela Ucrânia, mas rejeitada pela Rússia, que sugeriu um período mais curto. Duas rodadas de negociação aconteceram na Turquia, mas sem avanços significativos.

Desde o início da guerra, brasileiros têm se alistado voluntariamente tanto nas tropas ucranianas quanto nas forças russas, motivados por razões ideológicas e promessas financeiras. A Ucrânia criou a Legião Internacional de Defesa Territorial, com salários que variam entre US$ 550 e US$ 4.800 para combatentes estrangeiros. A Rússia também recrutou estrangeiros, embora em menor escala.

A presença de brasileiros nos dois lados do conflito intensificou uma espécie de “caçada” a esses combatentes. O projeto Quero Viver, vinculado ao Ministério da Defesa ucraniano, divulgou recentemente uma lista com os nomes de 38 brasileiros e solicita sua rendição voluntária. Do lado russo, o site Foreign Combatants, mantido por apoiadores do Kremlin, também reúne dados sobre estrangeiros que lutam ao lado da Ucrânia.