Oposição ocupa Congresso após prisão de Bolsonaro
Grupo exige anistia e impeachment de Alexandre de Moraes
Por: Victor Hugo Ribeiro
05/08/2025 • 17:27 • Atualizado
Com o decreto da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro decretada na última segunda-feira (4), a oposição se reuniu no Congresso Nacional ocupou as mesas diretoras dos plenários do Senado e da Câmara nesta terça-feira (5). Durante o ato senadores e deputados envolvidos prometem permanecer nos locais até que os presidentes das casas legislativas cancelem a sessão prevista ou aceitem pautar a anistia geral e irrestrita para os condenados por tentativa de golpe de Estado.
Outro ponto que eles vem revindicando é que seja pautado o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. No decorrer de uma coletiva realizada ainda na tarde da terça-feira (5), os parlamentares da oposição criticaram a decisão de Moraes que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), explicou que as medidas exigidas pela oposição visam “pacificar” o Brasil. "A primeira medida desse pacote de paz que queremos propor é o impeachment do ministro Alexandre de Moraes que não tem nenhuma capacidade de representar a mais alta Corte do país”, informou o parlamentar.
Além do Flávio, outro senador também cobrou sobre o impeachment de Moraes, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), cobrou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Câmara
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), prometeu colocar em pauta o projeto da anistia. Ele afirmou que fará isso caso assuma a presidência da Casa, o que aconteceria se o atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), se ausentar do país.
"Diante dos fatos que se apresentam, quero registrar e já comuniquei ao presidente Hugo Motta que, no primeiro momento em que eu exercer a presidência plena da Câmara dos Deputados, ou seja, quando o presidente Motta se ausentar do país, eu irei pautar a anistia. Essa é a única forma de pacificar o país", declarou Côrtes.
Entenda o Caso
A oposição busca anular no STF o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-o de golpe de Estado e afirmando que se trata de uma perseguição política. Bolsonaro também está sendo investigado por supostamente ter agido com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, para pressionar o governo dos EUA a retaliar ministros do STF.
A denúncia principal aponta que o ex-presidente tentou coagir comandantes militares para suspender o processo eleitoral, no qual perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva. A polícia também encontrou planos para prender e assassinar autoridades públicas, acusações que Bolsonaro nega.
Após o início do processo, Eduardo Bolsonaro foi para os EUA e passou a pedir sanções contra ministros do STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de uma nova investigação por obstrução de justiça contra ele e seu pai.
O Supremo Tribunal Federal havia imposto medidas cautelares a Bolsonaro, incluindo a proibição de uso de redes sociais. Como o ex-presidente descumpriu a ordem ao se manifestar no perfil de seu outro filho, o senador Flávio Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.
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