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Aos 25 anos, Guga Meyra destaca maturidade e mudanças no mercado musical

Cantor baiano reflete sobre amadurecimento, pagode, pandemia e os efeitos das redes sociais na música

Por: Domynique Fonseca

24/11/202512:55Atualizado

O cantor e compositor Guga Meyra (@gugameyra), 25 anos, foi o convidado do programa Portal Esfera no Rádio, da Itapoan FM (97,5), nesta segunda-feira (24). Durante a conversa com o apresentador Luis Ganem, o artista fez um balanço da carreira que começou ainda na adolescência e comentou as transformações que vêm moldando o cenário musical brasileiro.

Foto  Aos 25 anos, Guga Meyra destaca maturidade e mudanças no mercado musical
Foto: Lorena Bomfim/ Portal Esfera

Aos 13 anos, Guga estreava profissionalmente ao gravar o clipe de “Se Vai Me Amar”, assinada por Jorge Zarath e André Liberato. A partir dali, ele passou por palcos de escolas, festivais, eventos no interior da Bahia e até no exterior, acumulando três álbuns gravados, dois ao vivo e um autoral. Multi-instrumentista, ele toca violão, guitarra e cavaquinho.

“Comecei muito cedo, amadureci no palco”

Durante a entrevista, Guga lembrou como a carreira precoce influenciou sua formação artística e pessoal.

“Eu tinha 13 anos e ainda estava me entendendo como artista. Aos 18, já tinha sete anos de estrada, shows fora do estado e até em outros países. Foi nesse período que comecei a perceber quem eu era na música e no mercado”, contou.

Segundo ele, essa maturidade o conduziu ao pagode baiano, estilo que sempre esteve em suas apresentações, mas que só se tornou central quando ele alcançou maior segurança profissional.

Busca por identidade em meio às mudanças do mercado

O cantor também falou sobre como as transformações do mercado, aceleradas pelas redes sociais, pela digitalização e pela pandemia, alteraram o consumo musical e o perfil do público.

“Você vê artistas no mundo inteiro fazendo shows sem banda, só com base digital. É outro tipo de linguagem. E isso muda a forma como o público sente a música”, afirmou.

Para ele, o período de lives durante a pandemia marcou uma virada. “O entretenimento virou tela. Isso impacta artistas, repertórios, demandas, tudo”, comentou.

Mesmo sem fechar opinião definitiva sobre o futuro, Guga reconhece que está no centro dessa transição.

“Estamos vivendo a mudança agora. Não dá pra analisar de longe. A gente está dentro dela”, disse.

A “escola da Bahia” e o peso da versatilidade

Guga destacou o que chama de “formação na guerra”, expressão usada para definir a exigência dos palcos baianos.

“Aqui, você não pode só subir no palco e cantar. Tem que saber fazer a festa. A Bahia cobra isso da gente e isso forma o artista”, explicou, citando colegas como Lincoln, do Parangolé, com quem divide uma música que vem ganhando força nas academias e nas redes.

Ele ainda comentou a presença de talentos baianos em outros gêneros, como o sertanejo, lembrando músicos e compositores que migraram de Salvador para outras cenas musicais do país.

Compositor para grandes nomes

Nos últimos anos, Guga também intensificou o trabalho como compositor. “Eu viajava muito para compor. Fiz sertanejo, fiz pop, fiz pagode… Nesse período, tive música gravada por Anitta, Ludmilla, Menos é Mais e Gusttavo Lima”, contou.

Para ele, a sensibilidade é o que une os gêneros. “Música é energia. Quem ouve está celebrando, está sentindo. Misturar estilos sem perder identidade é o desafio. É aí que o artista precisa entrar de verdade”, completou.