Câncer de próstata: doença cresce entre os mais jovens
Diagnóstico precoce pode curar 90% dos casos, mas tabu ainda é desafio no Brasil
Por: Redação
02/11/2025 • 14:00
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de atendimentos para tratar câncer de próstata aumentou 32% entre homens com até 49 anos. O período analisado foi entre 2020 e 2024. Com esse crescimento, os números passaram de 2,5 mil para 3,3 mil procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS).
A maior parte dos casos envolve o tratamento de quimioterapia (84%), seguida por cirurgias (10% a 12%) e radioterapia (3% e 4%).
Entre os homens com mais de 50 anos, o número de atendimentos é ainda maior. Foram 250 mil atendimentos no ano passado, em contrapartida o crescimento proporcional foi menor.
Mortalidade alta
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, o país registrou 17.587 mortes por câncer de próstata no ano passado. Esse número equivale a 48 mortes por dia, o que representa um aumento de 21% em dez anos.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que 71,7 mil novos casos devem ser diagnosticados neste ano. A marca deve consolidar a doença como o tipo de câncer mais frequente entre os homens, ficando à frente do câncer de pulmão e intestino e atrás apenas do câncer de pele.
Como surge e como tratar
O câncer de próstata acontece quando há uma multiplicação desordenada das células dessa glândula, localizada no sistema reprodutivo masculino.
Nos estágios iniciais, a doença não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico. Quando os sinais aparecem, a doença já está em estágio mais avançado:
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dificuldade para urinar
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jato fraco ou interrompido
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sangue na urina ou no sêmen
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dor ao urinar ou nos ossos, especialmente coluna e quadris.
O diagnóstico é feito com dois exames complementares:
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PSA: exame de sangue que mede a quantidade de proteína produzida pela próstata. (Níveis altos devem ser investigados)
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Toque retal: permite que o médico verifique a consistência e tamanho da glândula, identificando possíveis nódulos.
Em casos de suspeitas, após os exames, uma ressonância magnética pode ser solicitada.
Tratamento no SUS
O Ministério da Saúde divulgou novas ações dentro do programa Agora Tem Especialistas, que prioriza a oncologia.
O plano inclui 121 novos aceleradores lineares, para a quimioterapia, 150 carretas de atendimentos, exames e consultas destinadas à localidades de difícil acesso, e a criação do Super Centro Brasil de Diagnóstico de Câncer, incluindo serviços de telessaúde.
A pasta anunciou que até 2026 o investimento será de R$ 126 milhões.
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