Alemão atinge sexta remissão duradoura do HIV após transplante de células tronco
Caso reacende debate científico sobre possíveis caminhos para a cura
Por: Redação
02/12/2025 • 13:43 • Atualizado
Um novo marco no enfrentamento ao HIV foi confirmado nesta segunda-feira (1), quando um alemão atingiu seis anos de remissão após um transplante de células tronco realizado para tratar uma forma agressiva de leucemia. O paciente, identificado apenas como Berlin 2, tornou-se a sétima pessoa no mundo a alcançar remissão de longo prazo sem sinais de atividade viral.
A evolução do caso foi detalhada pelo imunologista Christian Gaebler, do Hospital Charité, em publicação na revista Nature. O estudo indica que, após interromper a terapia antirretroviral em 2018, Berlin 2 segue com carga viral indetectável e sem anticorpos ou células T específicos para o HIV, elementos que reforçariam qualquer resquício de replicação viral.
Os especialistas destacam que o paciente recebeu um transplante de células tronco contendo apenas uma cópia da mutação CCR5 Δ32, responsável por bloquear a entrada do vírus nas células de defesa. Esse ponto torna o caso excepcional, já que remissões anteriores foram observadas em pacientes que receberam duas cópias da mutação conferida pelo doador.
Estratégias que podem inspirar novas terapias
O estudo reforça que a alta atividade de citotoxicidade celular dependente de anticorpos no momento do transplante pode ter contribuído para a eliminação do reservatório viral, área que representa o maior desafio para alcançar a cura do HIV. Esses reservatórios se escondem em células de longa duração e reaparecem quando o tratamento antirretroviral é interrompido.
Mesmo com o avanço científico, os pesquisadores ressaltam que o transplante de células tronco não deve se tornar um tratamento padrão, devido à agressividade do protocolo que envolve quimioterapia intensa e riscos elevados.
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