Logo

Shell processa empresário preso na Operação Primus por uso indevido da marca

Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jau Ribeiro, é acusado de manter a bandeira Shell em postos mesmo após romper contrato com a distribuidora

Por: Redação

27/10/202511:01

Preso na Operação Primus por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis na Bahia, o empresário Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jau Ribeiro, enfrenta agora um novo processo. A Raízen, distribuidora responsável pela marca Shell no Brasil, acionou a Justiça alegando uso indevido da identidade visual da empresa em postos que pertencem ao investigado.

Foto Shell processa empresário preso na Operação Primus por uso indevido da marca
Foto: Reprodução / Jau Ribeiro (Instagram)

Shell pede retirada imediata da marca dos postos

Logo após a prisão preventiva do empresário, no dia 16, a Shell ingressou com uma ação judicial contra duas empresas ligadas a Jau. No pedido, a companhia solicita que o Tribunal de Justiça da Bahia determine a retirada de todas as referências à marca em seus estabelecimentos, argumentando quebra de contrato e prejuízo à reputação da multinacional.

De acordo com o processo, as empresas deixaram de adquirir combustíveis da Shell, mas seguiram utilizando a bandeira da marca. Para a Raízen, essa prática não apenas viola a cláusula de exclusividade, como também engana o consumidor ao sugerir uma parceria que já não existe. “Mesmo violando a exclusividade e estando em débito, as rés continuam a ostentar a marca Shell em seus postos, o que configura propaganda enganosa”, afirma a petição apresentada à Justiça.

Esquema bilionário e suspeita de ligação com o PCC

As investigações da Polícia Civil da Bahia indicam que Jau Ribeiro atuava em parceria com o empresário Mohamad Hussein Mourad, apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo é suspeito de comandar uma rede de aproximadamente 200 postos de combustíveis usados para adulterar gasolina e lavar dinheiro por meio de fraudes fiscais.

Durante a Operação Primus, seis mandados de prisão foram cumpridos, sendo três na Bahia, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, além do bloqueio de bens que somam R$ 6,5 bilhões. Conhecido por já ter concorrido à prefeitura de Iaçu em 2020, Jau Ribeiro chegou a ser um dos maiores revendedores da Shell na América Latina antes de romper o vínculo com a distribuidora.