Operação da Semop reforça ordenamento do comércio de rua em Salvador
Secretário explica desafios, soluções e avanços para organizar ambulantes e permissionários
Por: Marcos Flávio Nascimento
04/12/2025 • 15:00 • Atualizado
A rotina do comércio de rua em Salvador voltou ao centro do debate durante a entrevista do secretário da Semop, Décio Martins, no Portal Esfera no Rádio desta quinta-feira (4), transmitido na Rádio Itapoan FM (97,5), e apresentado por Luis Ganem.
O gestor detalhou como a prefeitura tem buscado equilibrar trabalho digno para ambulantes e organização dos espaços públicos. Segundo ele, a criação de novos camelódromos e a revisão de cadastros têm sido fundamentais para limitar a expansão desordenada.
Ao descrever as ações recentes, o secretário afirmou que a construção de estruturas com cobertura isotérmica trouxe mais dignidade aos trabalhadores informais.
"A proteção contra chuva e sol mudou completamente a rotina de quem está na pista", declarou.
A estratégia, de acordo com ele, facilita o controle do espaço e impede novos cadastros em áreas já saturadas.
Desafios em áreas sensíveis
Outro ponto destacado por Décio foi a Avenida Joana Angélica, onde o desordenamento persiste apesar das operações constantes. Ele explicou que a prefeitura intensifica o uso de tecnologia para georreferenciar cada permissionário e validar o limite de atuação.
"Quando você sabe exatamente quem está ali, fica mais difícil haver ocupações indevidas", ressaltou o secretário, defendendo o cadastramento amplo como ferramenta de gestão.
Em outras regiões da cidade, casos mais bem sucedidos reforçam que o diálogo tem sido o caminho adotado pela Semop. No Subúrbio, por exemplo, a criação de um novo camelódromo após negociações com ambulantes e comerciantes do entorno ajudou a reorganizar a área.
"Todo mundo saiu ganhando, o supermercado ficou satisfeito e os trabalhadores também", avaliou.
Negociação na orla e operação contínua
Na Barra, a reorganização entre o Farol e o Barra Vento também avançou com acordos diretos. A prefeitura separou os pontos, manteve apenas ambulantes cadastrados e liberou a área da balaustrada para pedestres.
O secretário reforçou que, embora o ordenamento seja necessário, a busca é sempre por um consenso que preserve renda e segurança. Ele ainda lembrou que a alta informalidade em Salvador exige cuidado redobrado. Segundo Décio, a meta é impedir novos gargalos sem punir quem depende do trabalho nas ruas.
A frente do Shopping da Bahia, região conhecida como Iguatemi, foi citada como exemplo de avanço após a construção de quiosques e a redistribuição dos vendedores. Ele classificou a mudança como uma das intervenções mais positivas no fluxo de pedestres da região. Ainda assim, reconheceu que manter as calçadas livres e garantir mobilidade constante segue sendo desafio diário para as equipes de fiscalização.
Com a proximidade do verão e do Carnaval, a prefeitura já prepara operações específicas para as áreas de maior movimento. O secretário afirma que a orientação geral é combinar diálogo, ordenamento e alternativas estruturadas. A expectativa é que a combinação desses fatores ajude a reduzir conflitos e ofereça melhores condições tanto para quem trabalha quanto para quem circula pela cidade.
