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Polícia investiga ligação entre PCC e rede de postos na Bahia

Operação Primus prendeu empresário baiano com 200 postos e bloqueou R$ 6,5 bilhões

Por: Redação

21/10/202511:41

A Operação Primus, deflagrada na última quinta-feira (16) pela Polícia Civil, expôs um suposto esquema que conectaria a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) a uma ampla rede de postos de combustíveis da bandeira Shell operando na Bahia e em outros estados.

Foto Polícia investiga ligação entre PCC e rede de postos na Bahia
Foto: Divulgação

O empresário Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jailson Jau, foi preso em um hotel de luxo em Lençóis, na Chapada Diamantina. Segundo as investigações, ele seria um dos principais articuladores da rede, com cerca de 200 postos de combustíveis em operação sob a marca Shell, que no Brasil é administrada pela Raízen, empresa ligada ao grupo do empresário Rubens Ometto.

De acordo com a Polícia Civil, os postos controlados por Jau eram usados para adulterar combustíveis, ocultar patrimônio e lavar dinheiro, movimentando valores bilionários em conexão com o PCC, considerada a maior facção criminosa do país.

“As empresas eram estruturadas para dar aparência de legalidade a atividades ilícitas e disfarçar o fluxo de recursos provenientes do crime organizado”, informou um dos delegados que coordenam a operação.

Prisões e bloqueios bilionários

Além de Jau, outros cinco mandados de prisão foram cumpridos, três na Bahia, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro com o apoio de mais de 170 policiais civis. No total, a operação executou 62 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão.

O balanço da ação apontou ainda a apreensão de 12 veículos de luxo e cinco armas de fogo, incluindo quatro pistolas e uma submetralhadora. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 6,5 bilhões em bens e valores pertencentes aos investigados, resultado de movimentações financeiras suspeitas relacionadas à lavagem de dinheiro e à sonegação fiscal.

A Operação Primus segue em andamento com o objetivo de mapear o fluxo financeiro e os sócios ocultos do esquema. A polícia apura ainda a participação de outras empresas e intermediários que teriam atuado na expansão da rede de postos sob a bandeira Shell.

O caso acendeu um alerta sobre a infiltração de organizações criminosas no setor de combustíveis, um dos mais lucrativos do país. As investigações indicam que o grupo de Jau usava a estrutura empresarial para lavar recursos do tráfico de drogas e da sonegação fiscal, disfarçados como operações comerciais regulares.