Operação desarticula maior rede de tráfico de aves silvestres do Brasil
Segunda fase da ‘Fauna Protegida’ cumpre mandados na Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais
Por: Redação
29/10/2025 • 10:04 • Atualizado
O Ministério Público da Bahia (MPBA) deflagrou nesta quarta-feira (29) a segunda fase da Operação Fauna Protegida, ação que tem como alvo a maior organização criminosa de tráfico de aves silvestres do Brasil. Foram expedidos 21 mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A operação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP baiano, em conjunto com as Promotorias Regionais Ambientais de Itabuna e Ilhéus. As investigações contam ainda com o apoio do Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente (Nudema), e do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Ceama) do MPBA.
Ao todo, estão sendo cumpridos 17 mandados de busca e quatro de prisão preventiva. Na Bahia, as ações ocorrem nos municípios de Monte Santo e Valente. No Rio de Janeiro, há diligências em Magé, Guapimirim, Rio das Ostras, Cabo Frio e Casimiro de Abreu. Já em Minas Gerais, os alvos estão nas cidades de Almenara e Divisópolis.
De acordo com o MP, o grupo é liderado por um homem preso em setembro deste ano, durante a primeira fase da operação. A organização criminosa possuía uma estrutura complexa e hierarquizada, com núcleos específicos de captura, transporte, financiamento e revenda. O foco principal era o comércio ilegal de aves de canto, capturadas em áreas rurais da Bahia e de Minas Gerais e transportadas até o Rio de Janeiro, onde eram revendidas a colecionadores e criadores ilegais.
As investigações apontam que os animais eram “encomendados” por espécie e quantidade, mantidos em cativeiros precários e comercializados em larga escala, o que evidencia o alto grau de organização do esquema criminoso.
Ação nacional contra crimes ambientais
A Operação Fauna Protegida faz parte dos esforços nacionais de enfrentamento aos crimes contra a fauna silvestre, dentro do Projeto Libertas, iniciativa da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa). O projeto busca fortalecer a atuação dos Ministérios Públicos estaduais na repressão qualificada ao tráfico de animais e delitos ambientais.
A ação conta com o apoio da Polícia Militar da Bahia, por meio do Comando de Policiamento Especializado (CPE), da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (CIPPA), além do 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e da 7ª CIPM. Também participam o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio de seus Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Grupos de Atuação Especializada em Meio Ambiente.
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