O rebanho bovino da Bahia bateu um número recorde em 2024, é o que apontam os dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). Ao todo, o estado acumula mais de 13,7 milhões de cabeças de gado, maior valor da série histórica do levantamento.

Nesse ritmo,o aumento de 2023 para 2024 passou dos 3,5%, segundo maior crescimento percentual registrado no país, atrás apenas do Pará. O resultado coloca a produção bovina baiana como a sétima maior do Brasil, responsável por 5,7% do montante nacional, à frente de estados como São Paulo e Rio Grande do Sul.

Oeste na liderança

Ainda, segundo a PPM, a região da Bacia do Rio Grande, no oeste baiano, foi responsável por parte do aumento registrado no período. Dos três municípios da região, dois aparecem com destaque na produção:

Santa Rita de Cássia

A atual líder em número de rebanho do estado, a cidade de Santa Rita de Cássia tem cerca de 27.390 habitantes, de acordo com os dados do Censo 2022, número quase oito vezes menor que o total de cabeças de gado registrado em 2024, que chegou à 202 mil, num aumento de 7% em comparação ao ano de 2023.

Com 24,5% da economia do município sendo pauta de atividades pecuárias, segundo um levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica, o município foi o apareceu em primeiro lugar no ranking braisleiro de cidades que mais perderam área de Mata Atlântica entre 2023 e 2024, com desmatamento de 2.350 hectares do bioma, equivalente a 3.291 campos de futebol. O valor equivale a cerca de 16% de todo o desmatamento do bioma registrado no país.

Foto: Reprodução/Fundação SOS Mata Atlântica

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Wanderley

Já o município de Wanderley, também na região da Bacia do Rio Grande, aparece com destaque no levantamento da PPM, sendo a cidade com o maior aumento percentual registrado no estado de 2023 para 2024, passando de 144 mil para 168 mil cabeças, num crescimento de cerca de 16%. O valor é quase 11 vezes maior que o total de habitantes registrados também pelo Censo 2022, que chegou a 12,968 pessoas.

No entanto, assim como na cidade vizinha, Wanderley foi apontada no ano de 2021 como um grande centro de desmatamento na região oeste do estado, aparecendo no mesmo levantamento sobre a destruição da  Mata Atlântica, como o terceiro município que mais acabou com a vegetação, entre 2020 e 2021. 

Impactos da devastação

Segundo especialistas da SOS Mata Atlântica, o bioma é considerado o mais devastado do Brasil, restando menos de 11% da cobertura original. Ainda, do total restante, cerca de 32% do território da Bahia é composto pela vegetação, concentrando-se nas regiões costeiras, além do centro e oeste do estado.

Os impactos da devastação da Mata Atlântica são considerados graves, visto o grau de importância do bioma em atividades e serviços essenciais como abastecimento de água, regulação do clima, agricultura, pesca, energia elétrica e turismo.